Referência EU376/2014 ou IR2015/1018 |
Pergunta |
Interpretação, orientação e atributos-chave |
Colisão de animais selvagens, incluindo colisão de aves |
Isso significa todas colisões com aves? |
Sim, isso inclui todos os animais selvagens e aves, com ou sem danos. As suspeitas de colisões com pássaros ou encontros com bandos também devem ser relatadas. Adicionalmente, se possível, deverá ser identificada a espécie de animal e a localização do dano na aeronave. |
Qualquer descolagem abortada |
Anteriormente, relatava-se apenas descolagens abortadas a alta velocidade. Agora são todas? |
Sim, são exigidas todas as ocorrências RTO. Adicionalmente deverá ser identificada a velocidade. |
Ativação de qualquer proteção de voo, incluindo advertência de perda de sustentação (Stall), agitador de alavanca, empurrador de alavanca e proteções automáticas. |
O novo texto é um pouco mais direto do que na versão anterior. Desejam todos os eventos de stick shaker? |
Sim, é exigido o relato de todos os eventos de "Stick Shaker", bem como os indicados na primeira coluna. Adicionalmente, registar altitude, velocidade, fase de vôo e condições ambientais. |
Perda prolongada de comunicação com o controlo de tráfego ATS ou ATM |
O que se entende por "prolongada"? |
A perda prolongada de comunicação é comum nos ANSPs e não foi definida oficialmente porque depende da situação. Por exemplo, com a localização do evento, se uma aeronave se dirige para Lisboa, a duração do tempo "prolongado" seria inferior do que para uma aeronave no espaço aéreo marítimo. Para a tripulação de voo, sugere-se que deva ser interpretado como "a falta ou perda de comunicações por um período de tempo que se tornou potencialmente inseguro". Adicionalmente, registar o local e hora desde a sua última comunicação. |
Danos / fragmentos de objetos estranhos (FOD) |
Diz respeito a ocorrências de danos/detritos estranhos? |
Cobre os detritos de objetos estranhos (FOD) que causem danos, bem como a presença/deteção de FOD que representem uma ameaça imediata à operação segura de uma aeronave. Não se destina a relatar a deteção de FOD durante as operações de rotina, a menos que o item detetado seja uma parte da aeronave. Adicionalmente, deve registar-se a localização do aeródromo e do dano na aeronave.
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Más condições inesperadas na superfície da pista |
Isso significa que todas as ocorrências devem ser relatadas? |
Sim, todas as ocorrências relacionadas com a superfície da pista, o que inclui a própria superfície e as condições ambientais que afetam a superfície, ou seja, aquaplanagem, neve/neve derretida, etc. Adicionalmente registar a pista em causa, condições que afetam a superfície, tipo de superfície e o efeito na aeronave. |
Derrame de combustível |
Isso significa que todas as ocorrências relacionadas com o derrame de combustível devem ser relatadas? |
Sim, todas as ocorrências de derrame de combustível devem ser relatadas. Pode ser necessário avaliar o seu impacto ambiental. Adicionalmente registar a quantidade de combustível e a localização. |
Danos causados à aeronave por equipamentos de solo ou veículos, incluindo danos não relatados anteriormente |
Pretendem-se todos os relatórios de aeronaves danificadas no solo? |
Sim, todos as ocorrências em que a aeronave foi danificada, quer tenha sido relatada à tripulação pela assistência em terra ou detetada posteriormente. A assistência em terra deve relatar a ocorrência à tripulação e à sua organização. Adicionalmente registar a localização do dano na aeronave, o equipamento ou veículo que causou o dano. |
Ocorrências relacionadas com confusão de instruções |
O que é confusão de instruções? |
Deve-se relatar esta ocorrência se a tripulação agir de acordo com uma instrução recebida incorreta. Esta situação pode estender-se aos sinais de chamada terrestre se resultar em qualquer tipo de incursão ou interferência com uma aeronave. Adicionalmente registar a instrução recebida, a instrução seguida e, para movimentos de solo e indicações do pessoal do solo, a localização no aeródromo.
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Interferência de push-back, power-back ou táxi por veículo, equipamento ou pessoa. |
Também se refere à obstrução por equipamento de terra durante o push-back? |
Sim, a impossibilidade de entrar ou sair devido à presença de veículo, pessoa ou equipamento obstruindo o local é considerada interferência. Adicionalmente registar o veículo, equipamento ou pessoa obstrutora, número do local e localização na pista de táxi e a sua designação. |
Aterragem curta e/ou longa |
Também inclui aterragens profundas? |
Sim, a aterragem profunda é o mesmo que uma aterragem longa. Adicionalmente registar o tipo de aproximação, comprimento restante da pista e pista em uso. |
Libertação não intencional de carga ou de outro equipamento transportado externamente |
A que se refere? |
Refere-se à libertação de cargas como, por exemplo, helicópteros com cargas suspensas, aeronaves agrícolas liberando a sua "carga" de pesticidas. Equipamentos transportados externamente, como guinchos, mangas, holofotes, câmaras, etc. Adicionalmente registar a altura quando caiu, se a carga era perigosa e a natureza do impacto em terceiros. |
Perda de um sistema |
Todos os sistemas? |
Qualquer sistema cuja perda reduza o desempenho ou as características de segurança da aeronave e coloque em risco ou que, se não for corrigido ou tratado, possa colocar em perigo uma aeronave os seus ocupantes ou qualquer outra pessoa. Adicionalmente registar como a perda alterou o manuseamento da aeronave, se foi necessário alterar procedimentos normais e se foi solicitado o RFFS. |
Perda de redundância de um sistema |
Todos os sistemas? |
Qualquer sistema de redundância cuja perda prejudique o desempenho ou as características de segurança da aeronave e coloque em risco ou que, se não corrigido ou tratado, pode colocar em perigo uma aeronave, seus ocupantes ou qualquer outra pessoa. Adicionalmente registar como a perda alterou o manuseamento da aeronave, se foi necessário alterar os procedimentos normais e foi solicitado o RFFS. |
Ativação do sistema genuíno de colisão com o solo, como "alerta" GPWS (Ground Proximity Warning System) / TAWS (Terrain Awareness and Warning System). |
O que significa? |
Significa que o GPWS/TAWS emitiu um alerta que era apropriado e necessário. Um aviso sobre um objeto que não se encontra na base de dados do sistema sendo um alerta genuíno. Adicionalmente registar o tipo de aviso, altura, latitude e longitude do aviso. |
Controlo incorreto ou aplicação de limitações de manutenção de aeronaves ou manutenção programada.
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O que significa? |
Deve ser registado qualquer trabalho de manutenção não realizado de acordo com os limites definidos no programa de manutenção aprovado e para o qual uma variação não tenha sido validada. Adicionalmente registar se a manutenção era de linha, ou de base, o nome da atividade e a duração do atraso. |
Remoção de equipamento de embarque, podendo colocar os ocupantes da aeronave em perigo. |
O que significa? |
Serve para quando houver qualquer tripulação, passageiros, engenheiros ou pessoal de assistência em terra ainda a bordo da aeronave e o seu acesso for removido sem proteção adequada no local. Adicionalmente registar a porta de onde o equipamento foi removido, que equipamento foi removido, quem estava a bordo e com quem havia feridos.
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Qualquer ocorrência em que o desempenho humano tenha contribuído diretamente ou pudesse ter contribuído para um acidente ou incidente sério |
O que significa desempenho humano? |
As ocorrências de desempenho humano podem incluir as ações de indivíduos ou equipas que afetem a operação segura da aeronave ou onde sua capacidade de realizar tarefas com segurança possa ser prejudicada. Isto aplica-se a todos aqueles que são obrigados a reportar de acordo com os regulamentos, não apenas os pilotos. Como exemplo podemos ter eventos relacionados com: Experiência ou treino, consciência situacional, perceção, desempenho de tarefas e eventos fisiológicos. Adicionalmente registar a função do indivíduo ou equipa.
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Dificuldade em controlar passageiros embriagados, violentos ou indisciplinados. |
Refere-se a todos passageiros perturbadores? |
Não, refere-se apenas aos passageiros que estão a bordo da aeronave. Os eventos considerados como reportáveis são: abuso físico de qualquer membro da tripulação; incómodo significativo e contínuo de passageiros, incluindo aqueles que exigem um desvio de rota; a solicitação de uma abordagem rápida ou chamada de emergência; uso de kit de contenção; roubo; adulteração ou dano deliberado do equipamento de segurança; dano deliberado a qualquer equipamento que o torne inseguro e/ou inutilizável; ou qualquer interrupção que impeça a tripulação de realizar tarefas relacionadas com a segurança. Os eventos considerados como não reportáveis incluem desentendimentos; contato físico entre passageiros; o uso de cigarros tradicionais ou e-cigarros; álcool não comprado a bordo sendo consumido ou posteriormente descoberto como tendo feito isso; passageiros que abandonam os seus assentos sem autorização após a aterragem; danificar deliberadamente ou de outra forma os assentos ou outro equipamento não relacionado com a segurança ou limpeza pós-desembarque. Adicionalmente registar a extensão dos ferimentos, ação tomada pela tripulação ou pelas autoridades na aterragem. |
Derrame significativo durante as operações de abastecimento. |
Tudo é considerado derrame? |
Não, pequenos derrames não são reportáveis, derrames significativos são definidos como aqueles que não podem ser contidos/controlados pelo kit de derramamento dos prestadores de serviços de solo. Adicionalmente registar se RFFS estava presente.
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Efeitos do jato, do rotor ou da hélice. |
Devem-se reportar todos efeitos provocados? |
Não, apenas aqueles incidentes que resultam em ferimentos, danos ou a criação de FOD. |
Efeitos da fadiga da tripulação na capacidade de realizar, com segurança, as suas funções de voo. |
Devem-se reportar todos efeitos provocados? |
Não, os eventos de fadiga podem ser considerados operacionais e não operacionais. Os eventos de fadiga operacional verificam-se quando a fadiga se manifesta durante a operação da sua função, dependentemente de ter afetado o seu desempenho ou não. Estes são reportáveis. Eventos de fadiga não operacional são aqueles que são identificados antes dos períodos de serviço para que o potencial de impacto operacional possa ser mitigado. Estes não são reportáveis à autoridade. Adicionalmente deverá ser registada a função da tripulação envolvida e a causa da fadiga, para análises posteriores.
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